7.10.12

O arrependimento.

Desde aquele dia, choro com frequência. Penso em você, e choro!
Não é um choro de leve como outrora. É aos berros. Um choro farto e molhado.
Sabe aquela sensação que se tem ao olhar um machucado grave na pele de alguém? Um frio na barriga, um mal estar terrível, como se a ferida estivesse se abrindo no seu corpo também. Todas as vezes que refaço a cena, sinto algo semelhante. E aí, choro.

Quem te machucou fui eu. Eu poderia ter evitado, mas não o fiz. Não por maldade. Sabe que não sou uma pessoa má. Sabe? Não evitei, por ficar sem reação diante de uma situação nova e inesperada. Eu não sou uma pessoa que pensa rápido em respostas, você sabe. Sou lenta, e erro. Erro muito desde que você saiu do meu lado. Quando finalmente consigo pensar no que fazer, o acontecido já aconteceu. Fica só o lamento.

Faz dois dias e a dor ainda é a mesma. Fiquei sem chão. Acho que vai demorar pra passar. Talvez nem passe. É tão mais fácil ser vítima. O que fazem contigo, você não pode evitar. Mas ser autora da ação é difícil. Assumir que o erro foi seu, que você derramou gasolina e riscou o fósforo na pele de outra pessoa... essa dor acho que não passa.

É demais pedir seu perdão agora. Mas eu queria que você soubesse  que estou completamente arrependida. De tudo que passamos, tem sido o pior momento pra mim. E esse é meu maior castigo. Porque, por mais que você me perdoe um dia, pode ser que eu ainda não tenha me perdoado.

Sei que você não faria igual. Sempre foi tão melhor que eu.

Nenhum comentário:

Postar um comentário