28.2.13

Te leio.

Odeio esses tais pressentimentos que eu tenho. Porque eu sei, eu sei que estão certos. É como se eu já tivesse vivido o mesmo roteiro umas três vezes. Adivinho a próxima fala, o próximo ato. O instante seguinte se faz tão óbvio, mesmo que logicamente não pareça. Sei a sensação que me acomete antes de um transtorno. É ela que me dá a (quase) certeza de que vai dar errado, vou me decepcionar, vai ser uma merda, tudo, outra vez.

Eu sei, sabe?! É bem assim, no detalhe. Na palavra, que ali no contexto nem é tão importante. Mas sozinha, diz tudo, em cada vogal e consoante, em cada sílaba que se forma. Juntas dão sentido ao que não é visível no dia a dia. É ali, no piscar de olhos, no desvio de olhar, no movimento das mãos em direção à cabeça... É ali que prevejo o logo mais.

Não é preciso ser vidente. Basta saber ler os sinais. E mesmo sem ter me alfabetizado nesse idioma, percebo, pressinto.

12.2.13

A vontade.






Fotos: Jéssica Raphaela


Mar, te quiero.

10.2.13

Colore meu dia. Me acorda.


Às vezes é um instante
A tarde faz silêncio
O vento sopra a meu favor
Às vezes eu pressinto e é como uma saudade
De um tempo que ainda não passou
Me traz o seu sossego
Atrasa o meu relógio
Acalma a minha pressa
- Lenine -


Numa sequências de dias pesados, cinzas e, aparentemente, despropositados, surge um momento às avessas. Instante revolucionário, colorido, me liberta a alma. Saio da tristeza como quem acorda após uma noite longa de pesadelos.

Acordo e vejo: a vida não é um desses sonhos azuis com flores, mas ainda assim é bonita. Há um céu claro pela janela. Abro a persiana. Abro o peito. Abro a porta e saio. A grama é verde. A alegria gratuita se faz tão óbvia. Meu Deus, que bom que acordei. O sono denso não estava confortável. É a vida que eu quero. Está decidido e pronto.