16.3.08

O Peso da Alma.

Ele tava lá, sentado no chão, criando. Fazia algum tipo de artesanato usando um monte de coisas que todo mundo usa todo dia. Mas ele era diferente, ele via beleza naquelas coisas que a gente nem costuma mais olhar.
Ele tava lá e eu senti tanta vontade de ir lá conversar com ele, falar da angústia que tem me apertado por dentro.
Ele parecia tão simples e tão bem.
E eu me sentia mal e perdida, confusa.
Eu vi nele tudo que um dia eu quero ser. Eu vi liberdade.
Eu queria ir lá, mas não tive coragem. Senti vontade de chorar.
Só queria que ele soubesse que eu o admirei. Admirei a liberdade que aparentava ter e a força que transpassava.
Queria aquele sossego todo e aquela certeza do que se é.
Queria que minha alma flutuasse como a dele flutuava, pra ter um momento de paz, de leveza, de felicidade.
Porque as almas só se sentem realmente felizes quando nada pesa sobre elas.
E o peso que tenho sentido sobre a minha tem me deixado um tanto descontente.