24.9.09

Geração preguiça.

"A minha TV tá louca,
me mandou calar a boca
e não tirar a bunda do sofá"

Xanéu nº5 - O Teatro Mágico

Não sou a pessoa mais motivada do mundo.
Aliás, nem chego perto disso.
Tenho muitas idéias, boas idéias.
Mas o esforço de fazê-las sair da minha mente para se tornarem reais me desestimula bastante.
Eu sei, é completamente absurdo dizer isso, mas confesso: sou preguiçosa.
Tanto, a ponto de desistir das coisas.

Sem querer me livrar da culpa, mas não creio que devo carregar a responsabilidade sozinha.
Não é particularidade minha ser assim.
É característica da sociedade.
Minha geração é a geração da preguiça, da dormência, do comodismo.
Tudo me leva a ficar quieta, parada.
Eu tenho o direito de pensar. No entanto, sou convencida de que não vale à pena, de que está bom como está e que arriscar às vezes é muito arriscado.

Quando penso em me aventurar, ou melhor, quando decido de vez expor minha vida ao risco, perco a vontade em 10 minutos. Em dias e meses, no mais tardar.
É a cara de desânimo das pessoas que convivo. É a mídia me enchendo de informações supérfluas, me fazendo acreditar que são realmente importantes. É a dispersão. Enfim... tudo me desmotiva.
E a certeza mais exata que tinha há pouco... se esvai.

No fundo, acho que somos vítimas. Mas eles nos fazem acreditar que é tudo culpa nossa.
Mas tudo bem. É só deitar no sofá e ligar a TV.
O sofá é confortável e, além do mais, posso escolher qualquer coisa para assistir nos mais de 100 canais da minha TV à cabo.

22.9.09

Disseram por aí.

Ouço coisas quando ando por aí.
E não digo vozes do além. São reais (por mais absurdas que as vezes sejam).
São comentários, pedaços de conversas, observações, futilidades... coisas de todos os tipos.
Algumas me chamam atenção, por isso vou postar aqui falas que me pareçam interessantes.



Hoje, por exemplo, ouvi o seguinte trecho:

"Deveria ter feito veterinária"

Nada demais, se a frase não tivessse sido dita no banheiro feminino ao lado da redação do Correio Braziliense.

Bom saber que outras pessoas estão tão incertas quanto eu.

15.9.09

Pela janela do quarto.

Foto: Jéssica Raphaela


Quando nos mudamos para o Vicente Pires, todos estavam bem satisfeitos com o que viam pela janela de seus quartos. Menos eu.
Eles riam e falavam que tive azar, já que minha vista era para o muro do beco.

Hoje gosto de que vejo. Só eu sei o que há de especial nessa moldura.

Ás vezes vejo a Lua daqui. Os outros quartos não possuem esse privilégio. Quando ela aparece, abro a persiana, apago as lâmpadas e deixo a luz dela iluminar tudo. É diferente. Suave.
Só tiraria os cacos de vidro que a vizinha colocou no muro. (Não entendo para que dividir as coisas com tanta agressão).
No mais, estou satisfeita.
Quando se observa bem, há algo de bonito no comum.

4.9.09

Partida.

Ele foi embora e ela ficou lá, sozinha e imóvel, por uns dez minutos.
O carro dele já ia longe quando ela pensou que tudo que acabara de se passar poderia não ter sido verdade.

Não havia Lua no céu.
Só havia um céu escuro pintado de tristeza.
Antes que tudo aquilo chovesse em cima dela, resolveu entrar.
Do lado de dentro, o frio continua.
Mas ao menos ela não iria se molhar.

Nascendo mais uma vez.

Mais um sobrinho pra minha coleção.
E bem na hora que pensei: "meu irmão bem que podia ter um outro filho".
E num é que vai ter!

Sorte a minha, que posso ensinar tudo que acho interessante pro meu afilhado, de dois anos, e posso me desmanchar de novo com os primeiro sorrisos do futuro bebê.

Se tem uma coisa que me encanta é raciocínio de criança sendo formado.
Eles pensam sem deixar que as pessoas interfiram nisso,
têm um raciocínio lógico que faz mais sentido que o nosso,
ficam horas concentrados em coisas que nos parecem bobas,
e aprendem de uma forma surpreendentemente rápida.

Eu mesma aprendo demais com meu afilhado.
Ou reaprendo.
Não importa.
O que importa é que gente nova vem por aí e quero aproveitar o máximo que der pra nascer de novo.
Nascer não é uma coisa que se faça mais de uma vez na vida.
Mas enquanto vou vivendo, renasço com quem nasce perto de mim.

É um bom exercício aprender tudo de novo.

1.9.09

Retorno.

Uma notícia boa me motiva a escrever aqui. É que quando a mesmice é quebrada, a gente pensa. E pensar é um exercício bem mais complicado e simples do que parece, se é que você me entende. A questão é a novidade ainda precisa ser confirmada. Espalhar fatos pela internet sem ter as informações necessárias é no mínimo arriscado. Tenho aprendido isso nos 2 anos e meio de faculdade de jornalismo (mesmo que muitos não achem esse tempo de estudo necessário). Volto a escrever, em breve, para contar o que há de novo, o que há de velho e qualquer coisa que mereça um texto aqui.