20.10.15

Uma despedida.

Estou ficando velha na internet. É difícil acompanhar os avanços, as inovações. Tudo isso está me deixando pra trás. Não seria um desastre se não tivesse escolhido comunicação como profissão pra vida. Mas, em tempo, decidi, como quem arruma e reorganiza o quarto, jogar uma papelada fora. Estou me colocando de novo no eixo pra rodar com o mundo.

O Tá bom nunca foi um sucesso de leitura, mas teve seus raros fãs. Quando um texto vinha do meu âmago e causava alguma sensação em mentes alheias, eu me sentia completa. Sempre me achei sozinha no turbilhão de ideias e medos e dores e alegrias... Mas quando alguém vinha a mim e dizia ter adorado meu texto porque se identificou com ele, era como se eu fizesse parte de algo maior do que eu, o mundo.

Esse espaço existe desde 2007 e às vezes me pego folheando posts antigos pra tentar entender o meu passado. Como fui dramática. Escrevi sobre tudo o que me afligia, expus o peito para aliviar. Fui corajosa e, devo confessar, já não sou mais assim. Hoje tenho muito mais amarras e maiores preocupações na hora de escrever. Acho que escrevo melhor, no entanto. As aflições, aquelas bem pessoais mesmo, boto no papel, onde nenhum Google pode se atrever a acessar.

Pensei se deveria apagar esse blog. Mas decidi que não. Vou deixá-lo aqui, quietinho como sempre foi, como uma lembrança no fundo do cérebro.

Fica aqui meu texto de despedida. Se tiver alguém aí querendo me ler, mudei pro futuro. Me encontra por lá no medium.com/@jraphaela. Vai ser bom recomeçar.