26.7.11

Amanheci com 22.



*Texto escrito ontem, dia 25 de julho, às 23h20.

O dia nasceu nublado. Torci para que chovesse. Seria um modo de atribuir importância à data. Em meio a seca, uma chuva. Todos comemorariam. Assim, poderia fingir que era por minha causa.

Há algum tempo, deixei, ou tentei deixar, de atribuir tanta importância ao meu aniversário. Não sei se era excesso de expectativa, mas sempre acabava triste no fim do dia. As vezes, é decepcionante esperar tanto das coisas, principalmente das pessoas.

Hoje, espero dias simples. Mas confesso que ainda me desanimo quando se torna um dia comum. "O de sempre" não combina com um dia que tem mais status do que outros.

No entanto, acho que agora, no alto dos meus 22 anos, comecei a perceber a importância do aniversário. São as sutilezas. Hoje, por exemplo, foi o abraço matinal da minha mãe, coisa que nunca ocorre. O reconhecimento das minhas conquistas que meu pai esquece de demonstrar no dia a dia. As cartas que dizem coisas que eu adoro reler e aquelas que revelam o que eu nem imaginava. As demonstrações públicas de carinho. A aparição daqueles que estavam um tanto desaparecidos. A delicadeza dos presentes, sempre revela a visão dos outros sobre mim. São os detalhes. No dia do meu aniversário, os detalhes é que dão o tom de um dia especial.

O dia amanheceu nublado, mas, no fim,  não choveu. Tanto faz. Normalmente, o céu cinza me entristece. Hoje não. Amanheci feliz para um novo ano. Amanheci socessada. Amanheci com 22.