9.7.13

Calor.

Laguna Cejar - Deserto do Atacama

Eu tenho uma ânsia por vida, de vez em quando, que me inquieta tanto a ponto de dar calor. Estou assim sossegada, até que algo me atiça, seja uma fotografia, uma história, ou uma conversa sobre os desejos. Eu fico com calor. Minha pressão aumenta, meu sangue viaja mais rápido pelas veias e artérias, minhas partículas se agitam. É uma reação física.

Foi assim quando eu li os relatos de Beto Ambrosio, para fazer uma matéria. O cara tem todo o despreendimento do mundo e ao mesmo tempo é completamente apegado a tudo. Tão envolvido com a vida que resolveu largar o conforto do lar por dois anos e meio e foi, de bicicleta, viajar pela América Latina, registrando cada imagem desse universo lindo. As fotografias me fervem o sangue, fazem cócegas no pé e a vontade é de correr.

Hoje a tarde, foi um documentário sobre Chico Buarque. Aquelas letras, aquelas melodias, harmonias. A sensação é de que ainda tenho tanto para produzir. É a de que preciso fazer tanto ainda. Tenho que emocionar alguém, tenho que escrever, tenho que dançar, tenho que tocar... preciso fazer parte do mundo, ser um pedaço dele e me encontrar no sentimento dos outros, pra sentir que não sou tão só.
É assim que vou queimando por dentro. As coisas que me emocionam são como lenha na fogueira que carrego dentro do peito. Que bom que elas existem e me servem de combustível. Peço vento pra refrescar e levar meu barco à vela por aí.

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