Sou um livro de textos inacabados.
Começo um parágrafo, no meio tenho ideia para o próximo. Paro, pulo a linha e torno a escrever. As ideias são muitas. As contradições, tantas. Os paradoxos, inúmeros. Mas ainda assim, escrevo sem parar. Talvez, por não saber terminar. Talvez, por medo de tirar a caneta da mão. E se não houver mais letras no caderno? Acho que morro.
Reviso os textos, releio. Risco as contradições. Busco finais grandiosos, surpreendentes. Escrevo alternativas, mas nenhuma me parece boa o suficiente. Me reescrevo neste livro que sou e, a cada texto, me torno um pouco mais de mim.
Sou esse livro formado por textos sem fim.
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