3.4.12

O trovão.

Está chovendo forte lá fora. Gosto do som das gotas batendo na janela. A chuva traz uma sensação triste, mas, ao mesmo tempo, boa. É como se o mundo mostrasse respeito por você não estar lá tão feliz.

O mundo gira rápido demais. Ultimamente, tem ultrapassado a velocidade permitida da via. Não tem sido uma zona segura e não sei por onde guiar meu carro. Dou voltas. E sinto que não chego a lugar nenhum.  Uma hora de cabeça pra cima, noutra de cabeça pra baixo.

Os raios fotografam-me sentada aqui na cama, do lado de dentro da janela. Os trovões são a voz do meu interior. Não entendo o idioma. Mas presto atenção. Deve ser algo realmente importante.

"O que você quer de mim, mundo?", grito quando o desespero bate.

"O QUE VOCÊ QUER DE MIM?".

Um violento trovão responde.

Não consigo decifrar a mensagem.

Sigo, na chuva, no meu silêncio.

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