Está chovendo forte lá fora. Gosto do som das gotas batendo na janela. A chuva traz uma sensação triste, mas, ao mesmo tempo, boa. É como se o mundo mostrasse respeito por você não estar lá tão feliz.
O mundo gira rápido demais. Ultimamente, tem ultrapassado a velocidade permitida da via. Não tem sido uma zona segura e não sei por onde guiar meu carro. Dou voltas. E sinto que não chego a lugar nenhum. Uma hora de cabeça pra cima, noutra de cabeça pra baixo.
Os raios fotografam-me sentada aqui na cama, do lado de dentro da janela. Os trovões são a voz do meu interior. Não entendo o idioma. Mas presto atenção. Deve ser algo realmente importante.
"O que você quer de mim, mundo?", grito quando o desespero bate.
"O QUE VOCÊ QUER DE MIM?".
Um violento trovão responde.
Não consigo decifrar a mensagem.
Sigo, na chuva, no meu silêncio.
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