16.4.12

Dos dias sem propósito.

Sabe aqueles dias sem propósitos? As horas passam lentamente para resultarem em nada importante. Tenho tido vários deles. Se agrupam em semanas. São as semanas sem função alguma. Você só tem que esperar para que a sexta-feira chegue e você finalmente se sinta menos só do que nos chamados ‘dias úteis’. Úteis para quem mesmo? Para mim é que não têm sido.

Hoje é segunda. O início de mais um ciclo vazio, que vai de nada a lugar nenhum. Faço uma lista de coisas a resolver nos ‘dias úteis’ que se seguem. A cabeça dói. O estômago embrulha. Meu corpo já sente que tempo demais é o mesmo que tempo nenhum. É como quando você coloca a cabeça para fora da janela do carro. Muito vento na cara. Ar em excesso. E o que acontece? Você não consegue respirar. É oxigênio demais para entrar nos seus pulmões.

As horas se acumulam como areia em uma ampulheta infinda. Cada grão cai lentamente, sem pressa de ser. Eu mergulho no tempo, ou melhor, sou jogada nesse mar de horas, sem escolha. E lá fico, inerte.

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