2.3.11

Da vida, faço texto.

Das palavras que ouço, formo frases incompletas. Incompletas, sim. Porque, nessa vida, nada tem um fim definitivo. As frases terminam em reticências, dois pontos, interrogação, exclamação, vírgulas, ponto e vírgula, vá lá! Mas nunca em ponto final. Acreditei, muitas vezes, em um ponto final. Mas, no máximo, era um ponto que puxava uma nova frase, um novo parágrafo, um novo capítulo.

Das frases, formo orações. E neste caso, peço ajuda a Deus, pra que Ele me dê discernimento e sabedoria. Não quero incompreensões, nem falta de sentido.

Mas confesso que minha gramática é informal e, algumas vezes, incorreta. Ela dá margem a diversas interpretações. Inclusive há casos em que nem eu entendo. Por conta dos paradoxos, das incoerências.

Mas é disso que faço a vida. A minha vida. Sem borrachas, nem corretivos. Faço-me livro. E quem me lê, quem me lê a fundo, conclui que, na verdade, não pode concluir nada!