11.6.13

Por onde andará?

De repente, um tuíte me desconcerta. Eu lá, quieta até ler. "Por onde andará @jraphaela?", eis que me pergunta um amigo de internet. "Por onde andarei?", eis que reforço a questão. O questionamento já vem de longa data. Não me encontro mais por aí. Não me acho com tanta facilidade entre os afazeres diários, as rotinas incessantes. Não me vejo fazendo as coisas que gosto. Não me deixo escrever por simples prazer. Me falta eu! E como faço falta para mim mesma.

Sou só uma sombra do que fui e um suspiro do que gostaria de ser. "Por onde tenho andado", me pergunto. Os caminhos são um tanto indesejados e muito preguiçosos. Acordo com vontade de dormir. Como com vontade de dormir. Vou para o trabalho com vontade de dormir. Volto para casa com vontade de dormir. Até que, enfim, durmo. E tudo começa novamente, outra vez, e outra. É na inconsciência do sono que encontro disposição para me ser.

As minhas vontades, os meus anseios? Acho que os esqueci em casa, antes de sair. Ou os deixei cair pelo caminho pisado. Não sou eu que acordo todos os dias, é apenas um reflexo torto de mim. É nesse contexto que me lembro de um trecho de música do Zeca Baleiro que se encaixa bem. Digo sem um pingo de orgulho, e com monte de vergonha. "Eu sinto como se eu seguisse os meus sapatos por ai".

Por isso respondo ao amigo @sergioricart: não sei, meu caro. Acho que me perdi por aí.

3 comentários:

  1. Gosto e me reconheço tanto em seus textos. Obrigada. Bjim. Monique

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    1. Que bom, Monique! Fico tão feliz quando alguém diz isso! :)

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  2. Gosto e me reconheço tanto em seus textos. Obrigada. Bjim. Monique

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