28.2.13

Te leio.

Odeio esses tais pressentimentos que eu tenho. Porque eu sei, eu sei que estão certos. É como se eu já tivesse vivido o mesmo roteiro umas três vezes. Adivinho a próxima fala, o próximo ato. O instante seguinte se faz tão óbvio, mesmo que logicamente não pareça. Sei a sensação que me acomete antes de um transtorno. É ela que me dá a (quase) certeza de que vai dar errado, vou me decepcionar, vai ser uma merda, tudo, outra vez.

Eu sei, sabe?! É bem assim, no detalhe. Na palavra, que ali no contexto nem é tão importante. Mas sozinha, diz tudo, em cada vogal e consoante, em cada sílaba que se forma. Juntas dão sentido ao que não é visível no dia a dia. É ali, no piscar de olhos, no desvio de olhar, no movimento das mãos em direção à cabeça... É ali que prevejo o logo mais.

Não é preciso ser vidente. Basta saber ler os sinais. E mesmo sem ter me alfabetizado nesse idioma, percebo, pressinto.

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