11.11.10

Acordar.

Acordo com Katherine Kiss Me do Franz Ferdinand tocando no meu ouvido. Desligo o despertador antes que Alex Kapranos comece a cantar. Não é que eu não goste da voz dele nem nada disso. É só que odeio qualquer som que me acorde e diga pra eu ir para a faculdade, quando, na verdade, eu preferia explodir o lugar e voltar para a minha cama quentinha. Odeio qualquer coisa que me traga de volta à realidade.

Eu rolo no colchão, de um lado pro outro, tentando não cair na tentação de mandar o mundo pras cucuias. Olho pro lado e vejo o mural que agora só tem fotos minhas. Lembro de tudo que tem acontecido e sinto raiva daquelas imagens: eu feliz, sorrindo daquele jeito às 6 horas da manhã, depois de tudo que aconteceu! Tirei as fotos dele de lá, mas sei quem apertou o botão da câmera em todos os meus retratos, sei para quem meu olhar sorria. Sinto como se aquelas fotos estivessem debochando de mim.

Enfim, eu levanto. Levanto porque o mundo não pára, porque a vida exige que eu continue, firme como não sou. Levanto, mas preferia continuar deitada, porque é bem mais fácil, porque não requer de mim a força que eu não tenho. Levanto pra parecer menos sozinha, pra ter ao meu redor pessoas que eu não queria. Levanto porque tenho pernas, só por isso.

Tem sido cansativo acordar pra esse mundo. Queria tanto dormir só mais um poquinho.