11.1.09

Auto(des)conhecimento.

Com os outros distantes, me percebo melhor.
A casa está vazia. Na verdade, vazia não, pois estou dentro dela. Aliás, eu e os milhões de pensamentos que nunca foram tão audíveis.
Não tendo a quem enxergar, me enxergo com mais afinco. Me vejo de perto. Me ouço nitidamente.
Ouço meu pensamento, meus medos.
Percebo quanto de mim não existia antes. Meus preconceitos, os quais nunca imaginei que tivesse, se revelam.
Me recuso a descobrir meus erros. Mas no final os admito. Admito minha falha, sinto-me melhor assim. Assumo e busco não errar mais.
Mexo no quarto, mudo as coisas de lugar; aprovo, desaprovo, mudo as coisas de lugar. Exatamente como na minha cabeça. Mapeio sentimentos, mexo, troco, mudo, volto. Não sou mais. Não me conheço mais.
Estou a nove dias sozinha.
Há nove dias comigo mesma, conversando comigo, brigando comigo, rindo do espelho, chorando pro espelho.
Nunca fui tão minha. E nunca me desconheci tanto.

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